Gostaria de compartilhar a alegria que me invadiu nos últimos tempos, ao sentir que ainda há esperança para aqueles que se dedicam a cultivar o gosto pela boa música. Assisti, nos últimos anos, de forma ainda velada pela mídia oficial, o ressurgir da boa música popular brasileira, no mais alto nível.
Vivemos a década de noventa, com poucas contribuições dignas de nota. Resignados, buscávamos a boa música nos álbuns do passado, levados pelo sentimento de nostalgia a degustar a genialidade de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Gilberto, Vínicius de Moraes, Tom Jobim, Gal Costa, Elis Regina, entre tantos outros, que nos despertavam o sentimento de que a crise da boa música brasileira era irreversível.
Registre-se, que a década negra dos anos 90, trouxe algumas contribuições importantes, que continuam a produzir com qualidade, tais como: Zeca Baleiro, Lenine e Chico César. Com destaque para os dois primeiros, que possuem um texto poético belíssimo, conseguindo combinar com uma harmonia musical muito bem desenhada.
Mas fazendo o transporte para o século XXI, onde quero chegar, digo que tenho visto surgir a cada dia novos destaques da MPB, que tem produzido com uma riqueza enorme, com uma qualidade musical fantástica. Contudo, não tenho visto a mídia comercial divulgar seus nomes, tendo conhecido o trabalho de vários compositores brilhantes através da pesquisa e da indicação de amigos.
Por isso, gostaria de dividir com meus amigos alguns nomes que tem feito a boa música popular brasileira ressurgir das cinzas. Vale a pena conhecer a música do grande intérprete, compositor, percussionista e violonista, Renato Braz, que tem fabricado uma música rica em arranjos e percussão, com um resultado fantástico.
Uma banda paulista, que mistura em seus shows uma mescla de teatro, espetáculo circense e boa música, tem seu lugar de destaque no meu texto. Falo do Teatro Mágico, cuja música tem uma qualidade sonora maravilhosa, com composições belíssimas do Fernando Anitelli.
Faço justiça também a uma dupla de compositores brilhantes, quase sempre vítima de preconceito, por um pequeno percalço no início da carreira, que lhes rendeu um boa grana pra começar. Falo de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarantes, do Los Hermanos, que depois do desastroso hit Ana Júlia, passou a produzir boa música, num salto de qualidade verdadeiramente impressionante.
As mulheres também tem seu lugar de destaque, falo de Ana Carolina, Zélia Duncan, Marisa Monte, que já tem um certo espaço na mídia, mas também grifo a nova geração recém chegada aos palcos, Maria Rita e mais recentemente Mariana Aydar.
Inclusive, marquem esse nome: Maryana Aydar. Ela é linda, tem uma voz maravilhosa e acabou de gravar um cd com um repertório digno de todos os elogios. Simplesmente o melhor que vi esse ano.
Um abraço a todos,
Rodrigo Leal