29 de out. de 2007

A nova MPB

Foi com muita felicidade que recebi a oportunidade, dada pelos meus queridos e estimados colegas, de continuar nossas discussões sobre os mais variados assuntos, não mais no calor dos debates “tetê-à-tête”, mas com a possibilidade de melhor aprofundar os temas trazidos a reflexão.

Gostaria de compartilhar a alegria que me invadiu nos últimos tempos, ao sentir que ainda há esperança para aqueles que se dedicam a cultivar o gosto pela boa música. Assisti, nos últimos anos, de forma ainda velada pela mídia oficial, o ressurgir da boa música popular brasileira, no mais alto nível.

Vivemos a década de noventa, com poucas contribuições dignas de nota. Resignados, buscávamos a boa música nos álbuns do passado, levados pelo sentimento de nostalgia a degustar a genialidade de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Gilberto, Vínicius de Moraes, Tom Jobim, Gal Costa, Elis Regina, entre tantos outros, que nos despertavam o sentimento de que a crise da boa música brasileira era irreversível.

Registre-se, que a década negra dos anos 90, trouxe algumas contribuições importantes, que continuam a produzir com qualidade, tais como: Zeca Baleiro, Lenine e Chico César. Com destaque para os dois primeiros, que possuem um texto poético belíssimo, conseguindo combinar com uma harmonia musical muito bem desenhada.

Mas fazendo o transporte para o século XXI, onde quero chegar, digo que tenho visto surgir a cada dia novos destaques da MPB, que tem produzido com uma riqueza enorme, com uma qualidade musical fantástica. Contudo, não tenho visto a mídia comercial divulgar seus nomes, tendo conhecido o trabalho de vários compositores brilhantes através da pesquisa e da indicação de amigos.

Por isso, gostaria de dividir com meus amigos alguns nomes que tem feito a boa música popular brasileira ressurgir das cinzas. Vale a pena conhecer a música do grande intérprete, compositor, percussionista e violonista, Renato Braz, que tem fabricado uma música rica em arranjos e percussão, com um resultado fantástico.

Uma banda paulista, que mistura em seus shows uma mescla de teatro, espetáculo circense e boa música, tem seu lugar de destaque no meu texto. Falo do Teatro Mágico, cuja música tem uma qualidade sonora maravilhosa, com composições belíssimas do Fernando Anitelli.

Faço justiça também a uma dupla de compositores brilhantes, quase sempre vítima de preconceito, por um pequeno percalço no início da carreira, que lhes rendeu um boa grana pra começar. Falo de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarantes, do Los Hermanos, que depois do desastroso hit Ana Júlia, passou a produzir boa música, num salto de qualidade verdadeiramente impressionante.

As mulheres também tem seu lugar de destaque, falo de Ana Carolina, Zélia Duncan, Marisa Monte, que já tem um certo espaço na mídia, mas também grifo a nova geração recém chegada aos palcos, Maria Rita e mais recentemente Mariana Aydar.

Inclusive, marquem esse nome: Maryana Aydar. Ela é linda, tem uma voz maravilhosa e acabou de gravar um cd com um repertório digno de todos os elogios. Simplesmente o melhor que vi esse ano.

Um abraço a todos,

Rodrigo Leal

27 de out. de 2007

O que sei é que nada sei!!!!


Diante do nervosismo ante a primeira experiência com esta nova mídia, criei um podcast meio que sem tema.
Nesta primeira versão, que na verdade é um beta release do que este novo espaço pode se tornar, falo rapidamente sobre o post do Fábrício Kc, o queijo (que porra queremos da vida) e dou uma opinião the flash sobre o filme Tropa de Elite.
Bem, para um estréia está razoável.
Mandem suas dicas e sugestões para o email podcastsl@gmail.com.

Declaro inaugurado o Pseudocast!!!! O podcast dos pseudointelectuais de merda!!! Onde as discussões nunca levam a nada!!!!


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Para fazer o download do programa, clique aqui

23 de out. de 2007

Que porra queremos da vida?...

O povo brasileiro é formado por remanescências de europeus desterrados que invadiram estas paragens e se misturaram aos povos nativos, trazendo na bagagem imperialista os negros durante o longo regime escravista. Promovido de colônia a Império, o Brasil declarou sua independência da metrópole, seguindo exemplos de outras colônias insurgentes, como os Estados da América do Norte. Lá, no norte, a independência veio depois de uma guerra. Aqui, nos trópicos, a independência veio depois de um acordo entre pai e filho – claro, fomos mais sensatos: todos preferiram a independência em lugar da morte! E depois veio a República...

Considerando todos os amplos e complexos aspectos da história política, social e cultural do Brasil, não é de admirar que este seja o país do jeitinho. Pouco me surpreende que critiquemos Renan Calheiros, os mensalões e mensalinhos e outras pragas ao mesmo tempo em que recorremos ao jeitinho brasileiro para resolver pequenos problemas cotidianos, ou para arranjar um trabalho, ou o que quer que seja. Não me surpreende, tampouco, que o nosso caráter seja formado menos pela responsabilidade social do que pelo instinto de sobrevivência individual.

Todo mundo quer mudar o país – e todo jovem que se preza, ao meu ver, deveria sonhar em mudar o mundo, em vez de limitar a sua vida a um projeto mesquinho e pobre de sucesso profissional e ascensão social. Mas este é, sim, o projeto de grande parte dos jovens hoje. E essa visão atrofiada não é um problema íntimo, mas um problema ligado ao ambiente social, aos preconceitos, ao autoritarismo, ao moralismo laico e religioso, aos interesses econômicos e políticos, às instituições como o Estado, gerido por... políticos! Que fazem acordos desde os tempos do império!

Aí me perguntam: “e qual deveria ser o projeto de vida de um jovem?”

Digo: Responda você mesmo oras!! Que porra você quer da vida?

“Pra mudar um país é preciso antes mudar o povo”, disse Kurosawa. Penso, enfim, que um povo deve criar e desenvolver um país – nunca o contrário.

É pano pra manga...

22 de out. de 2007

Núcleo é o caralho. Eu quero lá saber de tartaruga?

aspas

Esses pessoal da ecologia, do meio ambiente, salve as baleias, são uns chatos. Eles quer impedir o pogresso do município. Querem acabar com o turismo, com o comércio. Querem que a cidade fique sempre pequena. Mas eu vou passar por cima deles tudo. Eu posso até não ser uma pessoa instruída, mas nasci aqui, conheço todas as família. Por isso que eu já fui prefeito cinco vezes e ainda vou ser mais. Ano que vem, entra meu filho que eu já tô no segundo mandato. Mas depois eu volto.

Já expliquei tudo pro Junior. Primeiro, vâmo acabar com essa lei de prédio com menos de três andar. Antes, até dava. Mas o turismo tá crescendo, cada vez vem mais veranista pra passar o verão e a gente tem que agüentar receber todo mundo. Se não fosse esses pessoal que ficaram enchendo o saco pra tombar os morro, a gente dava um jeito de facilitar as construtora pra fazer mais uns condomínio. Mas agora só dá pra crescer pra cima. Versiti, verfiqui... vestiliza... verti... Porra, crescer pra cima, fazer prédios mais alto. A culpa é desse pessoal da USP que vem pra cá botar coisa na cabeça dos pessoal, dessa turma daqui que é inguinorante que nem eu, só que fica falando esses negócio de meio ambiente, projeto de tartaruga, núcleo sei lá do quê. Núcleo é o caralho. Eu quero lá saber de tartaruga?

Eu quero ver é o dinheiro dos turista entrando, o comércio vendendo bem na temporada. Mas esses pessoal fica lá perturbando. Não pode som alto de noite, não pode treiler na praia, não pode carro entrar nas cachoeira. E os barzinho de noite? Como é que fica? Os turista gosta de música, de ouvir MPB ao vivo e beber cerveja. Aí esses pessoal verde não quer deixar. Só que eles vão ver que quem manda nessa porra é eu. Vou botar a guarda municipal, que foi eu que inventou, pra tomar conta das construção dos prédio novo. E se vier meio ambiente, eu mando atirar. Se o povo votou ni mim, é porque eles apóia os meus projeto. Na Câmara não tem pobrema. Os vereador tá tudo comigo. Sou eu que pago eles, caralho. Eles tudo vai votar na lei que deixa construir os prédio. Depois não pode mais mudar. Vai ser lei municipal.

Mas esses pessoal da ecologia não desiste, e pode reparar: esses pessoal da ecologia é os mesmos que nadam pelado na praia, que usam tóxico. Eles é que agride as família do município, eles é que fica com AIDS espalhando pra todo mundo com esse negócio de homossexual. Pra mim, esse negócio de homossexual é todos viados. Construir condomínio nos morro não pode porque é do governo federal que não quer nem saber dos município. Mas construir prédio alto é da Prefeitura e dos vereador. E eu vou construir mesmo, já até abri umas concorrência das empreiteira. Agora também não pode escolher quem vai fazer as obra. Tem que abrir concorrência. Eu até preferia que as firma particular fizesse as obra, mas elas ficam com medo desses pessoal da ecologia, do meio ambiente. (...)
aspas


Texto de André Sant'anna, na Revista Piauí. - Mas poderia ser de... bom! Vale rir pra não chorar..
Clique aqui para ler na íntegra.

Fabricio Ramos

14 de out. de 2007

Para colocar na agenda



O seminário "Além das redes de colaboração: diversidade cultural e as tecnologias do poder" tem início nesta segunda, dia 15 de outubro. Serão debatidos o impacto das novas tecnologias e a diversidade cultural, com transmissão ao vivo pela web. Os participantes poderão mandar perguntas via chat. Entre os palestrantes estão Marcelo Tas, Sérgio Amadeu e Alex Primo. As inscrições estão abertas no endereço:

http://www.rn.softwarelivre.org/alemdasredes/

O seminário é um dos projetos patrocinados pelo Programa Cultura e Pensamento em 2007.

Entre final setembro e início de outubro aconteceu o ciclo de debates "O Carnaval do Brasil" que discutiu as tradições e contradições do carnaval. Os debates aconteceram no Rio e em Salvador, sempre com transmissão ao vivo pela internet - os videos dos debates estarão disponíveis em breve no portal Cultura e Pensamento.

Seminários ao vivo pela internet


O Programa Cultura e Pensamento, do Ministério da Cultura, promove debates com transmissão ao vivo pela web, gratuitamente.

O objetivo do Programa é incentivar o debate crítico em torno da agenda intelectual contemporânea, realizando diversas ações entre as quais seleções públicas de projetos de debates; a Rede Cultura e Pensamento, que articula entidades acadêmicas e culturais para o difusão do conteúdo gerado e articulado pelo Programa; e a Revista Cultura e Pensamento, de distribuição gratuita (a segunda edição será lançada em breve).

Este ano, foram selecionados 12 projetos de debates, sendo quatro presenciais, quatro em periódicos impressos e quatro em mídias online. Além dos projetos selecionados via editais, o Cultura e Pensamento apóia outras ações, como o ciclo de debates "Mutações: Novas configurações do mundo", realizado entre agosto e outubro em cinco capitais, e cujos videos das conferências - que foram transmitidas ao vivo pela internet - estão disponíveis no portal Cultura e Pensamento.

Acesse o portal para conhecer o Programa e as ações que ele articula.

6 de out. de 2007

Os três pilares do Brasil

Cliquem na imagem para ampliá-la.

Revista Veja - Ed. abril
edição 2028 - ano 40 - n.39
3 de outubro de 2007
p.32

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A revista Veja desta semana traz a sua matéria anual contra algum ícone comunista/marxista/socialista/esquerdista... A capa da vez traz Che Guevara com a manchete "A Farsa do Herói" - não indico a leitura! Não que eu simpatize tanto com Che, mas é que a reportagem é relenta mesmo. Em tempos de Tropa, perto do capitão Nascimento, Che parece mesmo uma p... digo moça! caveira!

Por outro lado, foi através da Veja que descobri que os militantes do MST estão ingressando na universidade. Que a UFMG oferece um curso de graduação em Pedagogia da terra para os "invasores", segundo a revista.

Mas o que mais me impressionou, mesmo antes de chegar a coluna do Diogo Mainardi, foi saber que o país tem apenas três instituições que permanecem sólidas em meio a merda toda que está rolando no país:

1. O STF
2. As Forças Armadas
3. tchan tchan .. VEJA!!

Viva a liberdade de expressão (sem ironia, sério mesmo!).

Abraço.

3 de out. de 2007

As distorções da democracia.

Não existe melhor sistema para gerir um país do que a democracia. A participação popular na escolha dos seus representantes é a maneira certa para determinar os rumos da sociedade. Mas, infelizmente, distorções ocorrem. O grande exemplo é Ilhéus, que elegeu um empresário do transporte coletivo, chamado Valderico Reis para ser prefeito. Esse senhor foi cassado pela câmara de vereadores recentemente.
Levando em conta esses acontecimentos, o Blog do Gusmão tentou fazer uma entrevista franca com o empresário. O resultado é de assustar.
O cara admite que não gosta de política, candidatou-se apenas para viabilizar sua vingança contra o ex-prefeito Jabes Ribeiro (um perseguidor implacável), que chegou ao ponto de prender os ônibus de sua empresa, proibindo-os de rodar na cidade.
Ficou evidente a falta de espírito público no empresário. Na sua administração a cidade virou um caos total, muita sujeira, buracos por todas as ruas e avenidas, uma verdadeira "zona".
Veja a entrevista e tire suas conclusões.
Entrevista dividida em quatro partes. As três partes restantes você encontra no Blog do Gusmão.