9 de dez. de 2007

A mulher invisível

Salvador Shopping. Foto: Fabricio Kc - no Flickr

Os shoppings centers são lugares conceituais. Basta dizer ‘vou ao shopping’, assim, intransitivamente, porque são todos iguais.

Numa de minhas idas ‘ao shopping’ - experiências quase sempre traumáticas - observei, enquanto tomava um café, o trabalho dos homens e das mulheres que fazem a limpeza das praças de alimentação. Atentei para uma mulher de seus, talvez, trinta e tantos anos, de uniforme, pano na mão e toca na cabeça. Elas transitam fantasmagoricamente por entre as mesas, recolhem o lixo deixado pelos ‘consumidores’, passam o pano sobre a mesa e saem, sem trocar palavra com ninguém somem por entre outras mesas. Olhei em volta e percebi que somente eu a enxergava - depois soube que estava enganado.

Soube, da boca da trabalhadora que se via como faxineira, que é proibida qualquer aproximação entre ela e qualquer ‘consumidor’, - ela é treinada para passar despercebida, ignorada, desconhecida. - É uma regra capital, a primeira coisa que aprendem. Contudo, como eu disse, meus olhos não eram os únicos a segui-la em suas incursões discretas por entre as mesas. Segundo ela, há seguranças cuja função, entre outras coisas, é vigiá-las, garantir que elas cumpram a sua função de ‘mulheres invisíveis’ que limpam o ambiente.

Para mim, as sensações que esses pensamentos ensejam são múltiplas e variadas, ligadas às formas de existência obtusas que a sociedade impõe à humanidade. Resumo, porém, a questão a um sentimento acerca do trabalho: durante séculos a classe detentora do poder pregou a dignidade do trabalho como forma de aplacar os pobres, e acabou, ela mesma, acreditando em sua doutrina, ainda que não a praticasse sob as mesmas condições dos mais pobres. Daí provém uma romantização do trabalho e uma demonização do ócio como pai de todos os vícios. Mas na realidade mais simples e imediata, os trabalhadores encaram o trabalho como deve ser encarado, uma forma de ganhar a vida, e é do lazer que retiram, aí sim, a felicidade que a vida lhes permite desfrutar. E nos shoppings centers, onde tudo é um cenário, é proibido lembrar aos trabalhadores que estão lá em busca de lazer, que existem trabalhadores que estão lá em busca de sobrevivência. Não se pode estragar o espetáculo!

Por Fabricio Kc

6 de dez. de 2007

Veja a entrevista do ator Fábio Lago.

O ator Fabio Lago, o traficante "baiano" do filme Tropa de Elite bateu um papo com o pessoal do Blog do Gusmão.
Vale a pena dar uma espiada.






18 de nov. de 2007

Veja, Che Guevara e Jon Lee Anderson, seu biógrafo



... É, com efeito, uma esquerdista típica: quando essa gente não está praticando assassinatos, está justificando homicidas. Quando não está fazendo uma coisa ou outra, sugere aos outros o suicídio. Em qualquer dos casos e em qualquer dos tempos da história, as esquerdas têm um compromisso essencial com a morte.

Reinaldo Azevedo, no seu nada mixuruca blog no portal Veja.


É sobre a contenda gerada a partir da reportagem de capa sobre Che Guevara (comentada rapidamente nesse blog, aqui).

Um dos maiores biógrafos do ícone left-political latino-americano Che, Jon Lee Anderson, - que é jornalista da tradicional e sólida revista americana New Yorker - se manifestou contra o jornalista de Veja que fez a matéria, o tal Diogo Schelp. Em carta, o americano questionou a qualidade jornalística de Veja (isso, apesar de não ser novo, é notícia!).


Vejam a história em Pedro Doria, que começou tudo, no Imprensa Marrom, que comentou o fato e lá no Reinaldão , que embora não valha a pena, é engraçado !

City of Splendour

O Rio em 1936, em cores! Vai pra Ju e Patati...



5 de nov. de 2007

Não é Polícia que manda

Escrevo em resposta a ‘carta ao leitor’ sobre o filme Tropa de Elite, publicada por Marcel Leal no dia 27 de outubro, no site do Jornal A Região. Eu também assisti o filme (ótimo, por sinal), e um mínimo de sensatez me obriga a rascunhar algumas palavras.

O filme em si não é reacionário. Mas o ponto de vista do Capitão Nascimento é - além de reacionário - taxativo, limitado e violento. A proposta do filme, no entanto, é outra. Defende claramente a idéia de que o comportamento do homem resulta de circunstâncias (e não só do caráter), inclusive o do próprio capitão da tropa, que, dominado pelo stress da ‘guerra’, sucumbe à violência abusiva nas favelas e ao autoritarismo berrado dentro de casa.

Marcel Leal, contudo, defende que “a maioria (dos bandidos), quase todos, não tem jeito. Nasceu para isso”, concluindo que são criminosos irrecuperáveis. É preocupante que o Estado decida que matar pessoas é uma boa forma de punir o crime. Mas é trágico que alguém aceite e, pior, defenda que a polícia deve fazê-lo, independente do Estado, que é regido por leis. Dizer que uma pessoa nasceu pra ser bandido é recorrer a técnicas e idéias retrógradas e ultrapassadas de perfis sociológicos e psicológicos do criminoso, o que justificaria medidas extremas, caminhando, quem sabe, para a vigilância do ‘potencial’ criminoso antes mesmo dele cometer o crime – porque, pressupondo que nasceu para o crime, pressupõe-se que irá cometê-lo.
E tal pensamento surge numa dita ‘democracia’ avançada como a nossa - como seria sob as asas de uma ditadura a aplicação dessas idéias em nome da segurança pública? Pé na porta e tapa na cara!

Marcel Leal pergunta ainda: “Por que o cara que matou, roubou, estuprou, vendeu drogas para nossos filhos deve ter vida boa?” – Um cara que mata, rouba e estupra, óbvio, tem que ser punido. Mas não para saciar a ânsia de ‘vingança social’, e sim para mostrar que existe lei em um país, para vivermos minimamente em paz. A criminalidade está relacionada, (também, mas não somente) às adversas condições sociais do país, mas também a impunidade, esta que, aliás, estimula a corrupção que faz crescer as desigualdades sociais num desumano círculo vicioso. Mas, enfim, porque o BOPE só mata na favela, sob os aplausos de Marcel Leal e Luciano Huck? E até parece que os tais caras, que roubam, matam e estupram têm vida boa aonde quer que seja...

Mas fica outra pergunta no ar: se esses caras vendem drogas para nossos filhos, por que nossos filhos compram drogas desses caras? É trágico também não saber o que se passa de verdade em seu país, em sua cidade, ou mesmo em sua família. Sem conhecer a verdade, sem observar com cuidado e clareza, livre de preconceitos e de soluções simplistas, é impossível resolver o problema. Estaríamos condenados a repetir os mesmos erros históricos de sempre.

Por fim, é claro que todos nós queremos acabar com o crime, e essa vontade é inerente ao ofício da polícia, inclusive buscando impedir a possibilidade mesma do crime. Mas por isso mesmo não é o papel da polícia fazer as leis – teríamos uma vida muito pouco interessante se assim fosse... Aplaudir e ter como solução a ação violenta e assassina da polícia contra os ‘bandidos irrecuperáveis’ é apostar na repressão como forma de organização social, e já é visível que as até aqui ineficazes políticas públicas de segurança só fazem crescer a necessidade de investimento em estrutura policial e construção de presídios. Assim chegamos a uma estrutura de segurança pública hipertrofiada, com elite e elites da elite das tropas, cujos policiais já não consideram o risco do cidadão, mas apenas o do bandido; e os dirigentes responsáveis só consideram os seus próprios riscos políticos.

Em tempo, eu, leitor do A Região, vi uma nota de Marcel Leal criticando ofensivamente os alunos do curso de Comunicação Social da UESC, porque estes lhe enviaram um convite para a abertura da Semana de Comunicação, só que esqueceram de indicar o dia do evento, que foi acrescentado a mão, de caneta. E se isso fosse crime? Mas não é. Marcel Leal não cogitou, talvez, que o convite poderia ser apenas uma metáfora emblemática: a ‘falha’ pode ter sido uma forma sutil de dizer algo.

3 de nov. de 2007

Momento xadrez

Kasparov, as vezes, lembra Saul jogando...

2 de nov. de 2007

Qual o Assunto que Mais lhe Interessa?

Qual o assunto que mais lhe interessa?
Qual o assunto que mais lhe interessa?
Além da vida in vitro feita nas coxas
E vivida às pressas
Qual o assunto que mais lhe interessa?
Qual o assunto que mais lhe interessa?
A mais-valia da morte
A última sentença
A violência nas ruas
O bioterrorismo
A soja transgênica
Clonagem da mente
Dos órgãos vitais
A nova ciência
Moral decadente
Tradição milenar
Outra tendência
Qual o assunto que mais lhe interessa?
Qual o assunto que mais lhe interessa?
Suicídio, livre arbítrio
Amor consentido, eutanásia
A divida congênita
O quinto partido, o tempo das máquinas
Monarquia playback, a república inventa
O eclipse lunar, a decadência moral
A calota polar, o império dos egos
O vidente cego, o cachimbo de Édipo
A paixão de Romeu, colapso dos mares
Crianças sem lares, a ausência de Deus...
Qual o assunto que mais lhe interessa?
Qual o assunto que mais lhe interessa?
A assembléia dos loucos, o juízo dos lobos
A vontade dos céus
A escala econômica em que o crime compensa
Qual o assunto em que mais você pensa?
Sexo, amor, culpa ou inocência
A dieta do Papa, o segredo de Fátima
A última penitência
Qual o assunto em que você mais pensa?
Qual o assunto que mais lhe interessa?
Qual o assunto que mais lhe interessa?
Qual o assunto em que mais você pensa?
Bom dia, Vietnã
Boa noite, Badgá
Adeus, Sherazade
Qual o assunto que mais lhe interessa?
Qual a verdade em que mais você pensa?
O fim da natureza
E o final da História
Glória, glória, glória,
Apenas uma canção invento agora, um poema
A madrugada é silêncio, a dor acalenta
Esquece o início de tudo e o fim dos tempos
Deita no colo de tua amada
Onde da misteriosa expansão do nada
O universo se alimenta.

(Capinam /Roberto Mendes)

29 de out. de 2007

A nova MPB

Foi com muita felicidade que recebi a oportunidade, dada pelos meus queridos e estimados colegas, de continuar nossas discussões sobre os mais variados assuntos, não mais no calor dos debates “tetê-à-tête”, mas com a possibilidade de melhor aprofundar os temas trazidos a reflexão.

Gostaria de compartilhar a alegria que me invadiu nos últimos tempos, ao sentir que ainda há esperança para aqueles que se dedicam a cultivar o gosto pela boa música. Assisti, nos últimos anos, de forma ainda velada pela mídia oficial, o ressurgir da boa música popular brasileira, no mais alto nível.

Vivemos a década de noventa, com poucas contribuições dignas de nota. Resignados, buscávamos a boa música nos álbuns do passado, levados pelo sentimento de nostalgia a degustar a genialidade de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Gilberto, Vínicius de Moraes, Tom Jobim, Gal Costa, Elis Regina, entre tantos outros, que nos despertavam o sentimento de que a crise da boa música brasileira era irreversível.

Registre-se, que a década negra dos anos 90, trouxe algumas contribuições importantes, que continuam a produzir com qualidade, tais como: Zeca Baleiro, Lenine e Chico César. Com destaque para os dois primeiros, que possuem um texto poético belíssimo, conseguindo combinar com uma harmonia musical muito bem desenhada.

Mas fazendo o transporte para o século XXI, onde quero chegar, digo que tenho visto surgir a cada dia novos destaques da MPB, que tem produzido com uma riqueza enorme, com uma qualidade musical fantástica. Contudo, não tenho visto a mídia comercial divulgar seus nomes, tendo conhecido o trabalho de vários compositores brilhantes através da pesquisa e da indicação de amigos.

Por isso, gostaria de dividir com meus amigos alguns nomes que tem feito a boa música popular brasileira ressurgir das cinzas. Vale a pena conhecer a música do grande intérprete, compositor, percussionista e violonista, Renato Braz, que tem fabricado uma música rica em arranjos e percussão, com um resultado fantástico.

Uma banda paulista, que mistura em seus shows uma mescla de teatro, espetáculo circense e boa música, tem seu lugar de destaque no meu texto. Falo do Teatro Mágico, cuja música tem uma qualidade sonora maravilhosa, com composições belíssimas do Fernando Anitelli.

Faço justiça também a uma dupla de compositores brilhantes, quase sempre vítima de preconceito, por um pequeno percalço no início da carreira, que lhes rendeu um boa grana pra começar. Falo de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarantes, do Los Hermanos, que depois do desastroso hit Ana Júlia, passou a produzir boa música, num salto de qualidade verdadeiramente impressionante.

As mulheres também tem seu lugar de destaque, falo de Ana Carolina, Zélia Duncan, Marisa Monte, que já tem um certo espaço na mídia, mas também grifo a nova geração recém chegada aos palcos, Maria Rita e mais recentemente Mariana Aydar.

Inclusive, marquem esse nome: Maryana Aydar. Ela é linda, tem uma voz maravilhosa e acabou de gravar um cd com um repertório digno de todos os elogios. Simplesmente o melhor que vi esse ano.

Um abraço a todos,

Rodrigo Leal

27 de out. de 2007

O que sei é que nada sei!!!!


Diante do nervosismo ante a primeira experiência com esta nova mídia, criei um podcast meio que sem tema.
Nesta primeira versão, que na verdade é um beta release do que este novo espaço pode se tornar, falo rapidamente sobre o post do Fábrício Kc, o queijo (que porra queremos da vida) e dou uma opinião the flash sobre o filme Tropa de Elite.
Bem, para um estréia está razoável.
Mandem suas dicas e sugestões para o email podcastsl@gmail.com.

Declaro inaugurado o Pseudocast!!!! O podcast dos pseudointelectuais de merda!!! Onde as discussões nunca levam a nada!!!!


Click here to get your own player.


Para fazer o download do programa, clique aqui

23 de out. de 2007

Que porra queremos da vida?...

O povo brasileiro é formado por remanescências de europeus desterrados que invadiram estas paragens e se misturaram aos povos nativos, trazendo na bagagem imperialista os negros durante o longo regime escravista. Promovido de colônia a Império, o Brasil declarou sua independência da metrópole, seguindo exemplos de outras colônias insurgentes, como os Estados da América do Norte. Lá, no norte, a independência veio depois de uma guerra. Aqui, nos trópicos, a independência veio depois de um acordo entre pai e filho – claro, fomos mais sensatos: todos preferiram a independência em lugar da morte! E depois veio a República...

Considerando todos os amplos e complexos aspectos da história política, social e cultural do Brasil, não é de admirar que este seja o país do jeitinho. Pouco me surpreende que critiquemos Renan Calheiros, os mensalões e mensalinhos e outras pragas ao mesmo tempo em que recorremos ao jeitinho brasileiro para resolver pequenos problemas cotidianos, ou para arranjar um trabalho, ou o que quer que seja. Não me surpreende, tampouco, que o nosso caráter seja formado menos pela responsabilidade social do que pelo instinto de sobrevivência individual.

Todo mundo quer mudar o país – e todo jovem que se preza, ao meu ver, deveria sonhar em mudar o mundo, em vez de limitar a sua vida a um projeto mesquinho e pobre de sucesso profissional e ascensão social. Mas este é, sim, o projeto de grande parte dos jovens hoje. E essa visão atrofiada não é um problema íntimo, mas um problema ligado ao ambiente social, aos preconceitos, ao autoritarismo, ao moralismo laico e religioso, aos interesses econômicos e políticos, às instituições como o Estado, gerido por... políticos! Que fazem acordos desde os tempos do império!

Aí me perguntam: “e qual deveria ser o projeto de vida de um jovem?”

Digo: Responda você mesmo oras!! Que porra você quer da vida?

“Pra mudar um país é preciso antes mudar o povo”, disse Kurosawa. Penso, enfim, que um povo deve criar e desenvolver um país – nunca o contrário.

É pano pra manga...

22 de out. de 2007

Núcleo é o caralho. Eu quero lá saber de tartaruga?

aspas

Esses pessoal da ecologia, do meio ambiente, salve as baleias, são uns chatos. Eles quer impedir o pogresso do município. Querem acabar com o turismo, com o comércio. Querem que a cidade fique sempre pequena. Mas eu vou passar por cima deles tudo. Eu posso até não ser uma pessoa instruída, mas nasci aqui, conheço todas as família. Por isso que eu já fui prefeito cinco vezes e ainda vou ser mais. Ano que vem, entra meu filho que eu já tô no segundo mandato. Mas depois eu volto.

Já expliquei tudo pro Junior. Primeiro, vâmo acabar com essa lei de prédio com menos de três andar. Antes, até dava. Mas o turismo tá crescendo, cada vez vem mais veranista pra passar o verão e a gente tem que agüentar receber todo mundo. Se não fosse esses pessoal que ficaram enchendo o saco pra tombar os morro, a gente dava um jeito de facilitar as construtora pra fazer mais uns condomínio. Mas agora só dá pra crescer pra cima. Versiti, verfiqui... vestiliza... verti... Porra, crescer pra cima, fazer prédios mais alto. A culpa é desse pessoal da USP que vem pra cá botar coisa na cabeça dos pessoal, dessa turma daqui que é inguinorante que nem eu, só que fica falando esses negócio de meio ambiente, projeto de tartaruga, núcleo sei lá do quê. Núcleo é o caralho. Eu quero lá saber de tartaruga?

Eu quero ver é o dinheiro dos turista entrando, o comércio vendendo bem na temporada. Mas esses pessoal fica lá perturbando. Não pode som alto de noite, não pode treiler na praia, não pode carro entrar nas cachoeira. E os barzinho de noite? Como é que fica? Os turista gosta de música, de ouvir MPB ao vivo e beber cerveja. Aí esses pessoal verde não quer deixar. Só que eles vão ver que quem manda nessa porra é eu. Vou botar a guarda municipal, que foi eu que inventou, pra tomar conta das construção dos prédio novo. E se vier meio ambiente, eu mando atirar. Se o povo votou ni mim, é porque eles apóia os meus projeto. Na Câmara não tem pobrema. Os vereador tá tudo comigo. Sou eu que pago eles, caralho. Eles tudo vai votar na lei que deixa construir os prédio. Depois não pode mais mudar. Vai ser lei municipal.

Mas esses pessoal da ecologia não desiste, e pode reparar: esses pessoal da ecologia é os mesmos que nadam pelado na praia, que usam tóxico. Eles é que agride as família do município, eles é que fica com AIDS espalhando pra todo mundo com esse negócio de homossexual. Pra mim, esse negócio de homossexual é todos viados. Construir condomínio nos morro não pode porque é do governo federal que não quer nem saber dos município. Mas construir prédio alto é da Prefeitura e dos vereador. E eu vou construir mesmo, já até abri umas concorrência das empreiteira. Agora também não pode escolher quem vai fazer as obra. Tem que abrir concorrência. Eu até preferia que as firma particular fizesse as obra, mas elas ficam com medo desses pessoal da ecologia, do meio ambiente. (...)
aspas


Texto de André Sant'anna, na Revista Piauí. - Mas poderia ser de... bom! Vale rir pra não chorar..
Clique aqui para ler na íntegra.

Fabricio Ramos

14 de out. de 2007

Para colocar na agenda



O seminário "Além das redes de colaboração: diversidade cultural e as tecnologias do poder" tem início nesta segunda, dia 15 de outubro. Serão debatidos o impacto das novas tecnologias e a diversidade cultural, com transmissão ao vivo pela web. Os participantes poderão mandar perguntas via chat. Entre os palestrantes estão Marcelo Tas, Sérgio Amadeu e Alex Primo. As inscrições estão abertas no endereço:

http://www.rn.softwarelivre.org/alemdasredes/

O seminário é um dos projetos patrocinados pelo Programa Cultura e Pensamento em 2007.

Entre final setembro e início de outubro aconteceu o ciclo de debates "O Carnaval do Brasil" que discutiu as tradições e contradições do carnaval. Os debates aconteceram no Rio e em Salvador, sempre com transmissão ao vivo pela internet - os videos dos debates estarão disponíveis em breve no portal Cultura e Pensamento.

Seminários ao vivo pela internet


O Programa Cultura e Pensamento, do Ministério da Cultura, promove debates com transmissão ao vivo pela web, gratuitamente.

O objetivo do Programa é incentivar o debate crítico em torno da agenda intelectual contemporânea, realizando diversas ações entre as quais seleções públicas de projetos de debates; a Rede Cultura e Pensamento, que articula entidades acadêmicas e culturais para o difusão do conteúdo gerado e articulado pelo Programa; e a Revista Cultura e Pensamento, de distribuição gratuita (a segunda edição será lançada em breve).

Este ano, foram selecionados 12 projetos de debates, sendo quatro presenciais, quatro em periódicos impressos e quatro em mídias online. Além dos projetos selecionados via editais, o Cultura e Pensamento apóia outras ações, como o ciclo de debates "Mutações: Novas configurações do mundo", realizado entre agosto e outubro em cinco capitais, e cujos videos das conferências - que foram transmitidas ao vivo pela internet - estão disponíveis no portal Cultura e Pensamento.

Acesse o portal para conhecer o Programa e as ações que ele articula.

6 de out. de 2007

Os três pilares do Brasil

Cliquem na imagem para ampliá-la.

Revista Veja - Ed. abril
edição 2028 - ano 40 - n.39
3 de outubro de 2007
p.32

________

A revista Veja desta semana traz a sua matéria anual contra algum ícone comunista/marxista/socialista/esquerdista... A capa da vez traz Che Guevara com a manchete "A Farsa do Herói" - não indico a leitura! Não que eu simpatize tanto com Che, mas é que a reportagem é relenta mesmo. Em tempos de Tropa, perto do capitão Nascimento, Che parece mesmo uma p... digo moça! caveira!

Por outro lado, foi através da Veja que descobri que os militantes do MST estão ingressando na universidade. Que a UFMG oferece um curso de graduação em Pedagogia da terra para os "invasores", segundo a revista.

Mas o que mais me impressionou, mesmo antes de chegar a coluna do Diogo Mainardi, foi saber que o país tem apenas três instituições que permanecem sólidas em meio a merda toda que está rolando no país:

1. O STF
2. As Forças Armadas
3. tchan tchan .. VEJA!!

Viva a liberdade de expressão (sem ironia, sério mesmo!).

Abraço.

3 de out. de 2007

As distorções da democracia.

Não existe melhor sistema para gerir um país do que a democracia. A participação popular na escolha dos seus representantes é a maneira certa para determinar os rumos da sociedade. Mas, infelizmente, distorções ocorrem. O grande exemplo é Ilhéus, que elegeu um empresário do transporte coletivo, chamado Valderico Reis para ser prefeito. Esse senhor foi cassado pela câmara de vereadores recentemente.
Levando em conta esses acontecimentos, o Blog do Gusmão tentou fazer uma entrevista franca com o empresário. O resultado é de assustar.
O cara admite que não gosta de política, candidatou-se apenas para viabilizar sua vingança contra o ex-prefeito Jabes Ribeiro (um perseguidor implacável), que chegou ao ponto de prender os ônibus de sua empresa, proibindo-os de rodar na cidade.
Ficou evidente a falta de espírito público no empresário. Na sua administração a cidade virou um caos total, muita sujeira, buracos por todas as ruas e avenidas, uma verdadeira "zona".
Veja a entrevista e tire suas conclusões.
Entrevista dividida em quatro partes. As três partes restantes você encontra no Blog do Gusmão.


26 de set. de 2007

O fato "tropa de elite"



Muito se fala ainda sobre o fato "Tropa de Elite", que alimenta a profícua discussão sobre propriedade intelectual - o síto Cinética (recomendado) também trata do assunto. De minha parte, percebo que se ignora, inclusive no bom texto de Cezar Migliorin constante no sítio citado e linkado, um outro aspecto interessante da questão da propriedade intelectual, do direito autoral e do acesso ao conhecimento - qual seja: o financiamento público de produtos autorais.


O filme Tropa de elite foi viabilizado através da Lei Rouanet (cuja reforma - não acontecida - é pauta do programa do PT desde a eleição de 2002). Ou seja, o filme foi produzido, em última instância, com dinheiro público, via renúncia fiscal. Isso torna a questão bem mais delicada! O diretor José Padilha reclama, com alguma razão, da publicação de sua obra inacabada. Certo. Mas a pirataria, por outro lado, além de fazer cumprir (por linhas tortas?) o objetivo de tornar acessível ao povão um bem imaterial (a experiência do filme) que pertence a todos, também devolve a este povão o investimento público que poderia vir na forma de uma escola, de saneamento básico (sem ser o filme), enfim, de infra-estrutura básica tão necessária - e acabou vindo na forma de um filme, tão necessário quanto a escola e o saneamento básico, julgo eu.

Que uma grande produtora cinematográfica privada criminalize o cara que compra um dvd pirata, ainda que questionável, é uma atitude compreensível - seus lucros advém das bilheterias e da venda legal dos produtos, há toda uma estrutura e lógica de mercado que a sustenta. Mas quando o filme chega pago aos cinemas - e com dinheiro público - o que pensar?

Penso, primeiro, que é bom o povão se interesse em assistir um filme como Tropa de elite! E depois, é hora de sacudir as estruturas mesmo, subverter a lógica de produção e distribuição pelo menos no âmbito da cultura, e caberia aqui especular sobre as possíveis consequências estruturais da nova conjuntura digital das sociedades em rede, da cultura colaborativa, da radicalização da democratização da informação e bla bla bla...

Mas olhando de perto o que está acontecendo agora nesse país, o mínimo que deveríamos perceber é que se uma lei viabiliza a produção, deveria viabilizar também o acesso democrático ao produto e à experiência desse produto. Do contrário eu prefiro a minha escola e o meu saneamento básico (de verdade, não o filme). Ou é público, com fins públicos reais, ou deixe o mercado cuidar disso sozinho e ele que se acerte com o povão, com a pirataria, com o P2P etc, na moral...

P.S. Cá pra nós, uma fotografia de minha autoria foi, digamos, alocada sem minha autorização, para a capa dos convites de formatura de uma turma de comunicação. A imagem não foi creditada e duvido que alguém tenha sabido que era minha. Eu nem sequer recebi um convite, mas mesmo assim fiquei intimamente (e silenciosamente) orgulhoso. Sacaram?:)))

Abraços!

24 de set. de 2007

Muitas Histórias

Realmente, as vezes a nostalgia é um sentimento muito gostoso. Por onde anda Paulinho? Nosso anfitrião nipônico, fiel depositário do tabuleiro de xadrez do DCE. Uma figura muito especial, que foi injustamente retirado do "CEU", quando a cantina da UESC saiu da esfera de controle do movimento estudantil. Depois da saída de Paulinho, foi feito da cantina do "CEU" um verdadeiro "Inferno", no mal sentido é claro, com sucessivas mudanças de administração que não se igualavam em qualidade e simpatia com a do nosso estimado amigo.

Neste glorioso palco, lembro-me com saudades dos duelos orquestrados pelos mestres Márcio Fabrício e Rafael, que se degladiavam em belíssimas partidas de xadrez, frente a uma pláteia atenta, e, por muitas vezes, parcial, deixando escapar entre dentes alguma dica, muito embora nem sempre a melhor jogada. A expressão "O melhor de Itabuna de todos os tempos" foi sempre uma incógnita pra mim, não tendo segurança para oferecer um palpite mesmo depois de passados tantos anos.

Também me vém a memória o "Inferninho", nos primórdios do seu movimento, quando ainda era um "buteco" onde íamos afogar nosso cansaço da semana, flertar e brincar com os amigos. Quem não se lembra que depois do sucesso da primeira versão, o nosso dileto amigo, sucessor do homenageado Manoel Nabuco, "Missinho", transformou aquele humilde buteco de madeira no imponente "Infernão", mais badalado espaço Universitário do Sul da Bahia.

Também recordo-me do hoje irmão Saul, diga-se de passagem, totalmente recuperado, participando das Assembléias articuladas pelos "Bárbaros", na cabruca localizada na região posterior à Torre Administrativa. Que saudades, as assembléias eram permeadas por diálogos profundos e discussões filosóficas, as vezes com uma dezena de participantes.

Hoje, estamos todos espalhados, com uma distância cruel, quem nem assim, consegue deletar da mente os muitos instantes de profunda convivência, troca de experiências, amizade sincera e companheirismo, muito difíceis de serem reproduzidos. Prefiro não citar nomes, pois a memória pode ser ingrata depois de algum tempo, podendo cometer injustiças, mas um grande abraço a todos que participaram desse episódio da minha vida, que vai ter sempre um lugar especial no cantinho reservado às boas recordações.

Rodrigo Leal


15 de set. de 2007

Internet inclusiva

Acessibilidade web.
Essas são questões que nem sempre enxergamos.

Parte 1



Parte 2

Intriga

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, "ofende" os baianos - na Bahia!

Luis Nassif comenta o caso reproduzindo as matérias (cópias umas das outras) publicadas sobre o assunto em vários jornais. Segue a nota publicada no Correio da Bahia, e na Folha, no JB...

"

O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), cometeu uma gafe ao discursar ontem, em Salvador, para cerca de 200 marinheiros e representantes de ONGs durante encontro promovido pela Organização Marítima Internacional, uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU). Pouco depois de cumprimentar as autoridades _ entre as quais o governador em exercício da Bahia, Edmundo Pereira (PMDB) _, Jobim afirmou, em discurso de improviso, que os baianos não gostam de trabalhar. “Não trabalhem demais, porque isso baiano não gosta”, afirmou, dirigindo-se aos marinheiros e representantes de ONGs.

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), estava nos EUA e não participou do encontro. O antecessor de Jobim no ministério, Waldir Pires, que é baiano, não foi localizado pela reportagem ontem para comentar a declaração de Nelson Jobim. Mais tarde, em entrevista, Jobim recuou da declaração. “Não disse que o baiano não gosta de trabalhar. Disse que o baiano é inteligente, que sabe que trabalhar, e só trabalhar, dá neurastenia e intolerância. Agora, trabalhar com lazer e prazer, que é que o baiano faz, é o que traz a possibilidade de sorrir”, afirmou.

Interessante também é o título da seção onde foi publicada a nota no Correio da Bahia: "Poder"...

12 de set. de 2007

Cultura colaborativa - Wikilivro

“essa geração não compactua com o individualismo típico dos anos 90. Essa turma das comunidades virtuais, da Wikipedia e dos blogs tende a ser mais solidária, mais participativa e mais ativa que a geração passada. Nutrem a convicção, e a ilusão, de que ao agir dessa maneira podem ajudar a construir um mundo melhor. São entusiastas da abertura, da liberdade e da divisão do conhecimento”


O trecho acima transcrito foi catado no blog do economista e publicitário Ricardo Cianciaruso, num post que comenta aspectos do mercado na era digital. Aliás, os blogs e sites colaborativos, estão desconstruindo as estruturas culturais (e também sociais e econômicas) - há quem diga que já não cabe temermos o Grande Irmão, pois a internet se converte, cada vez mais, no olho de milhões de pequenos irmãos, o que nos torna mais livres!
É instigante pensarmos a dimensão que iniciativas como BarCamp, Blog Day Action e outras ações participativas podem alcançar ao longo deste frenético circuito de pensamentos conectados em rede que é a web. E tudo isso é embrionário, experimental, fluido - já não se tem tanto medo de experimentar.

Essa estrutura horizontal de livre compartilhamento de conhecimento gerou ambientes virtuais como a conhecida Wikipedia e o novo (para mim) wikilivro (wikibooks), que dedica-se "ao desenvolvimento e livre disseminação de livros e textos didáticos de conteúdo aberto", que podem ser editados por qualquer um. A versão em português do site já conta com mais de 5000 módulos de livros de diversas temáticas. Nem é preciso falar do Youtube...

As grandes iniciativas da internet hoje baseiam-se no conceito de Labs (experimentalismo). Não sabemos ao certo o que vai acontecer - é uma nova época de rupturas, de destruição criativa, de desbravamentos de novos mundos virtuais. Navegar é, mais do que nunca, preciso!


11 de set. de 2007

Para levantar esse Blog.

Bom! No CEU, as beldades também faziam parte das discussões, aliás, eram temas. Com esse vídeo espero chegar aos primeiros 1000 acessos.
Fotos da ex-amante do senador Renan Calheiros. "Puxe a cadeira" e babe

6 de set. de 2007

Homenagem a PAVAROTTI

Emílio Gusmão.
Não faz um mês. Sugeri ao meu filho de 6 anos que ouvisse essa música. Depois da primeira execução ele afirmou: "emocionante meu pai, só que ele grita um pouco". Na segunda ele mudou:
"ele não grita meu pai, canta como ninguém".
Vale a pena ver e ouvir.
NESSUN DORMA (Giacomo Puccini)



5 de set. de 2007

Entrevista com Rita Virgínia Argollo

“Acreditamos que estamos fazendo parte da construção de um curso de ponta”

Entrevista com Rita Virgínia Argollo – Coord. Colegiado do Curso de Comunicação Social, em 14/08/2007, publicada no site da UESC.

Além de trazer diagnósticos sobre o curso de Comunicação da Uesc, a coordenadora reflete sobre as expectativas do futuro profissional da área, além de comentar a estrutura do curso, e projetos como Rádio Uesc e TV universitária, entre outras coisas.

A entrevista está disponível também em áudio (não quis conferir o formato).

Confiram a entrevista na íntegra >>

E comentem porra!! aff...

1 de set. de 2007

Woman in Art, Woman in film

Belíssimos videos!
A história da arte - e do cinema - através da imagem da mulher.
É impressionante como, enquanto assistimos, vemos todas essas mulheres como se fossem a mesma, uma única mulher - O eterno feminino, o mesmo olhar nos diferentes rostos, nas diferentes épocas.

Woman in Film

O que acham? (coisas do youtube...)
Abs


Woman in Art

28 de ago. de 2007

Andei pensando



Andei pensando:

Sistema capitalista é erosão social.
A sociedade é formada por um monte de seres humanos. A base da sociedade, o seu fundamento, é o ser humano – este é o chão da sociedade. A erosão se dá, portanto, em cada ser humano.

O certo é que vamos destruir ou mudar o mundo. Não o fizemos ainda porque precisamos de horas de sono por dia.

E em meio a tudo isso, a música é algo que escapou...
FREEEEEEEE.....

no Museu de arte contemporânea, julho


cantinho do céu

quando cheguei era Cantinho do Céu, depois ficou só Céu mesmo. Quem lembra do cantinho? Pois é, foi em 1996, vixe, tempo que corre... Pra onde vai com essa pressa toda, meu fio?!!!
a galera de comunicação dominou em 99, imagina, quase dez (anos), fala baixo... que nada, fala alto! Quanto mais durar, sem endurecer muito, sem perder a tal da ternura... melhor, hein?

CADÊ A GALERA? PENSEI QUE A MAOIRIA ESTIVESSE POR AQUI, POR PERTO, DE VEZ EM QUANDO, EM TORNO DO COMPUTADOR.

Que todo mundo tenha computador em casa, e no trabalho, e que se possa, cada vez mais, trabalhar em casa, mesmo que não seja sempre em nossa casa. Como diria Hãs- entendeu, entendeu?

vixe...

Costelas estaladas. Trac tac. A fumaça, a cachaça na boca, entre os dentes alguns fiapos de carne
mal passada. Setenta anos com todos os dentes. Isso é coisa rara, diziam. Duas costelas quebradas, nenhuma era minha, passei adiante. Dedos com um pouco de gordura, sal, e carvão.
Não como carne vermelha, é o que parece.
Vomitei apenas a azeitona que estava com aquele gosto fofo e azedo de verde estragado.

16 de ago. de 2007

Michelangelo Antonioni. Veja a cena final do filme The Passenger (profissão repórter).

Essa cena ajuda a fundamentar uma expressão de Pasolini sobre o "Cinema de Poesia". Por outro lado, o movimento de câmera perfeito demonstra a técnica primorosa de Antonioni. Fantástico!!!
Assisti esse filme em VHS, alugado na cinemax (hoje fechada, que chato!).
Já foi lançado em DVD.
Postei um texto de Scorsese sobre Antonioni. Vale a pena.

Antonioni: o homem que libertou o cinema

16/08/2007
Antonioni: o homem que libertou o cinema

Martin Scorsese

O ano de 1961 foi há muito tempo. Quase 50 anos atrás. Mas a sensação de assistir ao filme "A Aventura" ("L'Avventura", Itália/França, 1960) pela primeira vez ainda está comigo, como se tivesse sido ontem.

Onde foi que o assisti? No Art Theater na Eighth Street? Ou foi no Beekman? Não me lembro, mas recordo-me da energia que correu pelo meu corpo na primeira vez que ouvi o tema musical de abertura - sinistro, staccato, tirado de cordas, tão simples, tão austero, como as trompas que anunciam o próximo tercio durante uma tourada. E, a seguir, o filme. Um cruzeiro no Mediterrâneo, sol brilhante, em imagens em preto e branco diferentes de tudo o que eu já havia visto - compostas com tanta precisão, acentuando e expressando o que? Um tipo muito estranho de desconforto. Os personagens eram ricos, bonitos de certa forma, mas, poder-se-ia dizer, espiritualmente feios. Quem eram eles para mim? O que eu seria para eles?

MESTRE DO CINEMA
AFP
Michelangelo Antonioni, diretor de "Blow Up", morto em julho
VIDA E OBRA DO CINEASTA

Eles chegam a uma ilha. Separam-se, espalham-se, tomam sol, discutem. E, de repente, a mulher interpretada por Lea Massari, que parece ser a heroína, desaparece. Das vidas dos outros personagens, e do próprio filme. Um outro grande diretor fez quase exatamente a mesma coisa por volta da mesma época, em um tipo bem diferente de filme. Mas enquanto Hitchcock mostrou à platéia o que aconteceu a Janet Leigh em em "Psicose" ("Psycho", EUA, 1960), Michelangelo Antonioni jamais explicou o que aconteceu com a Anna interpretada por Massari. Ela afogou-se? Despencou do penhasco? Escapou dos amigos e começou uma vida nova? Jamais descobrimos.

Em vez disso, a atenção do filme volta-se para a amiga de Anna, Claudia, interpretada por Monica Vitti, e o seu namorado Sandro, cujo papel é interpretado por Gabriele Ferzetti. Eles começam a procurar por Anna, e o filme parece ser uma espécie de história de detetive. Mas logo a nossa atenção é deslocada da mecânica da busca pela câmera e a maneira como esta se movimenta. Nunca se sabe onde ela estará, ou o que seguirá. Da mesma forma as atenções dos personagens mudam de foco: para a luz, o calor, a sensação de lugar. E, a seguir, passam a concentrar-se uns nos outros.

Assim, o filme transforma-se em uma história de amor. Mas isso também se dissolve. Antonioni nos torna conscientes de algo muito estranho e desconfortável, algo que nunca tinha sido visto no cinema. Os seus personagens fluem pela vida, de impulso a impulso, e tudo acaba se revelando um pretexto: a busca foi um pretexto para estarem juntos, e estar juntos foi um outro tipo de pretexto, algo que moldou as suas vidas e conferiu a estas uma espécie de sentido.

Quando mais vejo "A Aventura" - e voltei a assistir ao filme diversas vezes -, mais percebo que a linguagem visual de Antonioni nos mantinha focados no ritmo do mundo: os ritmos visuais de luz e sombra, de formas arquitetônicas, de pessoas posicionadas como figuras em um cenário que sempre parecia assustadoramente vasto. E havia também o tempo do filme, que parecia estar em sincronia com o ritmo temporal, movendo-se vagarosamente, inexoravelmente, permitindo aquilo que depois percebi serem as limitações emocionais dos personagens - a frustração de Sandro, a auto-depreciação de Claudia -, calmamente tomando conta deles e empurrando-os para uma outra "aventura", e depois para uma outra, e uma outra. Assim como o tema da abertura, que mantinha-se oscilando entre o clímax e a dissipação. Clímax e dissipação. Interminavelmente.

Enquanto todos os outros filmes que eu havia assistido progrediam para um clima de tensão, "A Aventura" rumava para a calma. Os personagens não tinham nem o desejo nem a capacidade para expressar uma autoconsciência real. Eles só contavam com aquilo que parecia ser uma autoconsciência, encobrindo uma veleidade e uma letargia que eram ao mesmo tempo infantis e muito reais. E na cena final, tão desolada, tão eloqüente, uma das passagens mais marcantes do cinema, Antonioni percebeu algo de extraordinário: a dor de simplesmente estar vivo. E o mistério.

"A Aventura" me aplicou um dos choques mais profundos que já experimentei no cinema, maior do que em "Acossado" ("À Bout de Souffle", França, 1960) ou "Hiroshima, Meu Amor" ("Hiroshima, Mon Amour", França/Japão, 1959) (feito por dois outros mestres modernos, Jean-Luc Godard e Alain Resnais, ambos ainda vivos e trabalhando). Ou "A Doce Vida" ("La Dolce Vita", Itália/França, 1960). À época havia dois campos. O das pessoas fascinadas pelo filme de Fellini e o das encantadas por "A Aventura". Eu sabia que estava decididamente do lado de Antonioni, mas se à época alguém me perguntasse, não sei se seria capaz de explicar por quê. Eu adorava os filmes de Fellini e admirava "A Doce Vida", mas fui desafiado por "A Aventura". O filme de Fellini me tocou e me entreteve, mas o de Antonioni mudou a minha percepção sobre o cinema e o mundo à minha volta, tornando ambos ilimitados (demorou dois anos para que eu voltasse a me envolver com a obra de Fellini, e experimentasse o mesmo tipo de epifania com "Oito e Meio"/"Otto e Mezzo", Itália, 1963).

As pessoas com as quais Antonioni estava lidando, bastante similares àquelas dos romances de F. Scott Fitzgerald (cuja obra, segundo descobri mais tarde, Antonioni apreciava bastante), eram as mais estranhas possíveis no que dizia respeito à minha vida. Mas no final isso pareceu não ter importância. Fiquei hipnotizado por "A Aventura" e pelos filmes subsequentes de Antonioni, e foi o fato de eles não se resolverem em qualquer sentido convencional que me fez voltar tantas vezes a assisti-los. Eles apresentavam mistérios - ou, melhor dizendo, o mistério, a respeito de quem somos, o que somos, uns para os outros, para nós mesmos, para a nossa época. Seria possível dizer que Antonioni estava fitando diretamente os mistérios da alma. Foi por isso que sempre retornei à sua obra. Eu queria continuar experimentando essas imagens, vagando por elas. E ainda o faço.

Antonioni parecia abrir novas possibilidades a cada filme. Os últimos sete minutos de "O Eclipse" ("L'Eclisse", França/Itália, 1962), o terceiro filme de uma trilogia informal que teve início com "A Aventura" (o segundo filme foi "A Noite"/"La Notte", Itália/França, 1961), foram ainda mais assustadores e eloqüentes do que o filme anterior. Alain Delon e Vitti marcam um encontro, e nenhum dos dois comparece. Começamos a ver coisas - as linhas de uma faixa de cruzamento de pedestres, um pedaço de madeira flutuando em um barril -, e passamos a perceber que estamos vendo os locais nos quais os personagens estiveram, vazios das suas presenças. Gradualmente Antonioni nos coloca face a face com o tempo e o espaço, nada mais, nada menos. E eles olham de volta para nós. Uma experiência assustadora, e libertadora. As possibilidades do cinema subitamente tornaram-se ilimitadas.

Todos nós testemunhamos maravilhas nos filmes de Antonioni - aqueles que vieram depois, e o trabalho extraordinário feito por ele antes de "A Aventura", em filmes como "A Dama sem Camélias" ("La Signora Senza Camelie", Itália, 1953), "As Amigas" ("Le Amiche", Itália, 1955), "O Grito" ("Il Grido", Itália, 1957) e "Crimes da Alma" ("Cronaca di un Amore", Itália, 1950), que eu descobri mais tarde. Tantas maravilhas - a paisagem pintada (literalmente pintada, muito antes do surgimento da técnica CGI, as imagens geradas por computadores) de "O Dilema de Uma Vida", (também conhecido no Brasil como "O Deserto Vermelho"; "Il Deserto Rosso", Itália, 1964) e "Depois Daquele Beijo" ("Blow Up", Itália/Inglaterra, 1966), e a história fotográfica de detetive neste último filme, que acaba conduzindo as coisas para cada vez mais longe da verdade; o final expansor da mente de "Zabriskie Point" (EUA, 1970), tão criticado ao ser lançado, no qual a heroína imagina uma explosão que faz com que os detritos do mundo ocidental caiam pela tela em velocidade super lenta e em cores vívidas (para mim Antonioni e Godard foram, entre outras coisas, grandes pintores modernos de verdade); e a notável última tomada de "Profissão: Repórter" ("The Passenger", Itália/França/Espanha/EUA, 1975), na qual a câmera desloca-se lentamente para fora da janela, em direção a um pátio, distanciando-se do drama vivido pelo personagem interpretado por Jack Nicholson e aproximando-se do drama maior expresso pelo vento, pelo calor, pela luz e pelo mundo que segue o seu curso.

O meu caminho cruzou-se com o de Antonioni algumas vezes no decorrer dos anos. Certa vez passamos juntos o jantar do Dia de Ação de Graças, após um período muito difícil na minha vida, e me empenhei em dizer-lhe o quanto significava para mim o fato de ele estar conosco. Mais tarde, depois que ele teve um derrame e perdeu a capacidade de falar, tentei ajudá-lo a realizar o projeto de "The Crew" - um maravilhoso roteiro escrito com o seu colaborador freqüente Mark Peploe, diferente de tudo o que ele já fizera, e sinto muito que o filme jamais tenha acontecido.

Mas, no que se refere a Antonioni, eu conhecia muita mais as suas imagens do que o homem em si. Imagens que continuam a me assombrar e inspirar. A expandir o meu entendimento do que é estar vivo no mundo.

Postado por Emílio Gusmão.

Enquadramentos

Fotografia tirada do Paço Imperial, Rio.
Por Fabrício Ramos

Acabo de chegar do Rio, onde encontrei Juli, Patati (muito bem, por sinal) e Sophia!
trocamos umas idéias lá na Fundição Progresso, sob os arcos da Lapa.
Muito bom revê-los! Pena que tenha sido tão rápido (Patati foi professor/fundador do nosso Curso de Comunicação na Uesc).

Aproveito para fazer um lobby aqui: na próxima segunda, vai acontecer no Rio o lançamento do Seminário "MUTAÇÕES: novas configurações do mundo", de curadoria de Adauto Novaes. O ciclo de conferências será transmitido ao vivo pela internet através do Portal Cultura e Pensamento. Vale dar uma olhada!

Bom, estou sentindo falta de posts da galera! estou sem tempo para postar, mas teria um tempinho para ler e comentar...

Sobre a foto, ilustra bem a imagem que tenho do Rio - cidade de contrastes, Brasil puro. Eu a dedico a Patati, professor que ajudou a ampliar nossos enquadramentos do mundo!
(humm, perdi algo atrás da biblioteca? vou dar uma olhada...)
Abraço!

13 de ago. de 2007

Cansados? ...

Eu ia postar algo sobre a ascensão do idiota, lembrando Nelson Rodrigues.
Mas estou absolutamente sem tempo até quinta-feira!
(Juli, estou no Rio esses dias - seria bom vê-la!)

Mas então fica aí a dica, pescada lá no Blog do Nassif:

Entrevista de FHC na revista Piauí >>

Outro dia, pensei em postar algo relacionado ainda ao idiota: movimento "Cansei". Todo mundo cansou mesmo dessa merda. Eu ia falar sobre Democracia sem Povo (bem típico no Brasil, esse conceito, acho, é de Mino Carta). Mas aí vi o Blog do tal movimento... aff. Cansei! Deixei pra lá.. Hebe Camargo, com mão no peito, isso era desnecessário, cara..foi crueldade. (Uma vez, assistindo o seu (Hebe) programa, eu a ouvi protestar contra aumento de impostos: "Como vamos pagar nosso jardineiro?! Isso não pode! Não pode!" e, imediatamente depois, fazer um merchadising de nem lembro que porra era! Isso EU VI, não é boato de internet não!)
Evitem.
Abraço!
EDesculpem o post apressado! espero ter mais tempo em breve!

Hoje penso diferente.




Tudo que escrevi no meu primeiro texto para esse blog representa um conjunto de opiniões emitidas naquela época. Hoje penso diferente, e não tenho medo de voltar atrás. Aquele foi um tempo de impressões ilusórias. Existiu sim, um certo quadro de burrice em todas as instâncias do curso, mas não foi generalizado. Hoje valorizo a idiotice preponderante, ela também foi necessária, a medida que nutria as nossas discussões.
O curso de Comunicação Social foi importante. Mudou minha forma de ver o mundo. Antes, minha tendência caminhava para o esquerdismo, tão presente no curso de História, através da interpretação equivocada sobre o materialismo histórico. De Pierre Levy a Jesus Martin-Barbero passei a conhecer uma forma mais lúcida, compreensiva sobre nossa época.
Muitas pessoas fora do grupo do CEU também tinham valor. Isso pude constatar depois, na convivência cotidiana do mercado. O grupo do CEU passava má impressão, empregava posições cáusticas sobre tudo, muitas vezes utilizando a crítica da crítica. Todos têm o direito de pensar e se posicionar da forma que bem entender. Nem sempre as opiniões contrárias vindas de fora eram idiotas. Por diversas vezes o grupo do CEU cometeu sandices através de comparações equivocadas, análises precipitadas (julgar um autor por uma obra apenas) e etc. Até mesmo algumas beldades foram condenadas pela roupa bonita ou da moda que usavam. Todos esses erros soavam como cabotinagem para os de fora, e infelizmente para alguns do grupo servia como doutrinamento. Assumo parte dessa culpa.
A minha situação atual de homem de mercado me faz crer na necessidade de se conviver bem com todos, e que diversidade sugere riqueza. O grupo do CEU mesmo tendo encampado diversas arenas, tendia a homogeneizar conceitos e opiniões.
O CEU foi importante, maravilhoso seria exagero.
Não quero travar embates lembrando questiúnculas do passado. Pretendo participar refletindo ricamente. O meu texto anterior foi apenas um ponto de partida.
Emílio Gusmão.

11 de ago. de 2007

Anos atrás...

Anos atrás um jovem recém saído de cidade miúda do sul da Bahia, adentrava pela primeira vez os portões velha UESC. Eram idos de 1999, quando numa tarde de calor numa casa de veraneio, na zona sul de Ilhéus, recebi com muito entusiasmo a notícia sobre minha aprovação no vestibular para Comunicação Social - Rádio e TV.
Em agosto do referido ano já estava na sala freqüentando as primeiras aulas e me dedicando com afinco. Tanto assim, que em pouco mais de um ano e meio já estava "fera" em computação e internet, coisa que sequer existia em minha terra natal.
A turma era boa e entrosada, cheia de figuras ilustres. Tinha o André, que logo no primeiro semestre aplicara um contra-trote nos auto-intitulados veteranos. Tinha o Márcio Fabrício, melhor jogador de xadrez de todos os tempos do eixo Ilhéus-Itabuna, com sua pose de aristocrata do cacau. Tinha o Fabrício, apelidado por simesmo como KC, que conseguia ser Sagaz, Cáustico e Indiferente ao mesmo tempo, dizia-se até que ele vivia numa imensa torre de mármore. Tinha o Emílio, que para sempre discordar de tudo chegou a o cúmulo de discordar de si próprio.
Com o advento do 5º semestre, uma safra de péssimos professores invadiu o curso. Veio a falta de estímulo para seguirmos nossa "carreira discente" somada ao tédio e asco ocasionadas por aulas onde se ouvia tão somente o relato de casos de galinhas, xerém e similares. Passei, junto com a boa parte da turma, a me dedicar integralmente às atividades do CEU. Foram os melhores tempos da UESC. O grupo do Xadrez se formou com suas muitas rivalidades, ganhando ódio e respeito dentro do Curso e da UESC. Pássavamos tardes e mais tardes discutindo sobre o tudo e o nada, jogando partidas de xadrez memoráveis. Fabrício, o KC, era um queijo ficando freguês logo. Ricardo, o Zaratuuuussssstra, não deixava por menos. Jerson(ou Gerson?), o Cegonha, sempre tinha peruagens furadas para acrescentar.
Nesta mesma época apareceram os ilustres Piligretes, dos quais fiz parte por um tempo, que acabaram por se rivalizar com os Adoradores do Oráculo. Isso rendeu muitas histórias. Houve também o caso da greve contra os professores, com direito a passeatas e cobertura da TV e rádio. Foi também neste período que se destacaram os pseudo-intelectuais-de-merda com suas várias teorias do espelho invertido. Recorda-me agora tanta coisa, que seriam necessários 100 posts para publicar, mas vou ficando por aqui, em outra oportunidade passo aqui pra contar mais alguns casos ilustres da Velha UESC.....

10 de ago. de 2007

Para o bem da divergência proveitosa




Quando atingi o 5º semestre do curso de comunicação social da UESC, cheguei a conclusão de que havia feito uma merda na minha vida. O curso era um saco, os professores ruins (com exceção de poucos), e a grande maioria dos alunos não possibilitava sequer um papo. Certo lugar me permitia fugir desse quadro inóspito, O CEU. Lá, integrantes de um "sendero luminoso" tupiniquin se reuniam para atacar uns aos outros. Debates raivosos, partidas de xadrez onde egos se mostravam nus, relatos de aventuras sexuais, críticas raivosas a professores idiotas, comentários sobre mulheres lindas, beldades e "cavalas" e sobretudo, troca de idéias e impressões sobre grandes obras da literatura formavam a pauta necessária para as minhas fugas da sala de aula.

No CEU decidi romper com o curso, partindo para a convivência obrigatória (obtenção dos créditos). Abri mão das aulinhas ridículas dos professores/repórteres da tv Santa Cruz e abracei Dostoievski, Tolstoi, Flaubert e Pirandelo como causa de reflexão da vida e do sofrimento. Certo dia, um orgulho muito nobre me possuiu, quando fiquei sabendo que um certo colega (merecedor de respeito), tentou fazer um comentário depreciativo a minha pessoa, afirmando: "Emílio só lê literatura russa". Pirandelo e Flaubert além de outros que li, não eram russos, mesmo assim, jactancioso percebi que havia conseguido fugir da mesmice.
Graças! Graças!
Graças ao CEU!

Emílio Gusmão.

8 de ago. de 2007

Esse CEU que nos protege...


A proposta é que este espaço se torne um CEU virtual.
A intenção é distribuir a senha de acesso para todos os interessados em postar.
Afinal, o CEU foi (ainda existe?) um lugar marcante:

Lá, presenciei discussões - profícuas ou não, deixemos os detalhes de lado - sobre política, mulher, futebol, arte, mulher, crença, existência e, por fim, mulher.

Lá, vi coisas bizarras:
Nane Albuquerque ministrar aulas ali mesmo, derramando sua tão oculta sapiência.
Vi partir dali, do CEU, para tomar o campus inteiro, uma passeata dos alunos de comunicação, vestidos de preto, panelas a mão a exemplo de Malu, então coordenadora do colegiado, todos comungando o mesmo grito de protesto (não me lembro bem qual, pois eram tantas as causas), numa atitude eloqüentemente democrática, quase cívica e... patética.

Também vi poetas (vi, mas não os li), comunistas (de boteco?), as Quintas Culturais (pequenas cervejadas legais)...

Vi Emílio discordar de tudo; e Saul concordar com tudo.
Vi Juli apontar os refratários machistas, e sempre, sempre, generosamente, não deixar com que faltassem nuvens em nosso CEU! Como anda o Rio? mande lembranças a Patati.

Ahhh... ali, numa daquelas mesas, venci, implacavelmente, numa belíssima partida de xadrez, ele, o melhor de Itabuna/Ilhéus de todos os tempos: Márcio Fabricio (não é momento de falarmos sobre o histórico de nossos embates..rs). Ricardo Zaratustra é freguês!

Enfim, era tanta coisa, que julgo valer a pena tentarmos continuar nossas conversas, sempre que o escasso tempo de nossas vidas pequeno-burguesas (não é Rodrigão e Marcão reds?) nos permitir. Cadê Cegonha rapaz? Junia, vê se aparece!

O blog pode ser o nosso canal coletivo, seja para jogar conversa fora ou para exercitarmos o confronto saudável de idéias (com ênfase no saudável, não no confronto, viu Emílio?).

Quem quiser, puxe uma cadeira.
Todo mundo é bem-vindo!

Por Fabrício Ramos.