14 de mai. de 2008

Existe Vida Inteligente na Televisão Brasileira???

Apesar da propensão ao senso comum que sugere o título deste post, discordo da afirmação de que a televisão aberta brasileira seja estúpida como um todo. Creio que como meio que catalisa bem as características provindas da inserção de nosso país, tardiamente industrializado, agrário e com índices absurdos de analfabetismo no contexto mundial da cultura pós-moderna, este meio acaba por levar a culpa por uma espécie de banalização recorrente nos meios tradicionais, como bem define Arlindo Machado.

Afinal, os blockbusters estão aí, mas ninguém culpa o cinema pela banalidade explícita na enxurrada de enlatados americanos que invadem as prateleirdas das locadoras. Tanto quanto ninguém chega a ser insano o suficiente para culpar a literatura pela falta do que dizer estampada nas prateleiras das grandes livrarias repletas de best-sellers.

Ao meu ver, por produzir uma quantidade inumerável de material, o tal fluxo contínuo de Mcluhan, acabamos por generalizar nosso conceito sobre a televisão pelo volume absurdo de amenidades que são veiculadas. Questão de proporção.

Vou citar um bom programa, que vai ao ar semanalmente com uma ironia e ousadia peculiares e prova a existência de vida inteligente na televisão aberta brasileira:

CQC Trata-se do CQC, programa veículado às 22:15 das segundas-feiras na tv Bandeirantes. Baseado num modelo de programa surgido na Argentina e muito popular também no Chile, que mistura bom humor, jornalismo, ironia e denúncia. No Brasil, que conta com a participação de não menos que Marcelo Tas como um dos âncoras, o programa traz repórteres sarcásticos e irônicos, hábeis em fazer aquelas perguntas que todos querem fazer a personalidades e políticos. Basta lembrar que em dos episódios, um dos repórteres do programa conseguiu arrancar uma confissão do senado Eduardo Suplicy, na qual ele afirma já ter fumado maconha. Em outra oportunidade os repórteres do programa ficaram impedidos de entrar na Câmara dos Deputados, por fazer perguntas de conteúdo político que os deputados não queriam responder. Some-se a isso uma edição refinada e uma pós-produção que dão um ritmo característico ao programa.

Enfim, é assistir e confirmar. Os bons programas televisivos existem na tv aberta brasileira, é só uma questão de zapear e procurar….

www.asanisimasa.minhapagina.info

Um comentário:

Anônimo disse...

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