10 de ago. de 2007

Para o bem da divergência proveitosa




Quando atingi o 5º semestre do curso de comunicação social da UESC, cheguei a conclusão de que havia feito uma merda na minha vida. O curso era um saco, os professores ruins (com exceção de poucos), e a grande maioria dos alunos não possibilitava sequer um papo. Certo lugar me permitia fugir desse quadro inóspito, O CEU. Lá, integrantes de um "sendero luminoso" tupiniquin se reuniam para atacar uns aos outros. Debates raivosos, partidas de xadrez onde egos se mostravam nus, relatos de aventuras sexuais, críticas raivosas a professores idiotas, comentários sobre mulheres lindas, beldades e "cavalas" e sobretudo, troca de idéias e impressões sobre grandes obras da literatura formavam a pauta necessária para as minhas fugas da sala de aula.

No CEU decidi romper com o curso, partindo para a convivência obrigatória (obtenção dos créditos). Abri mão das aulinhas ridículas dos professores/repórteres da tv Santa Cruz e abracei Dostoievski, Tolstoi, Flaubert e Pirandelo como causa de reflexão da vida e do sofrimento. Certo dia, um orgulho muito nobre me possuiu, quando fiquei sabendo que um certo colega (merecedor de respeito), tentou fazer um comentário depreciativo a minha pessoa, afirmando: "Emílio só lê literatura russa". Pirandelo e Flaubert além de outros que li, não eram russos, mesmo assim, jactancioso percebi que havia conseguido fugir da mesmice.
Graças! Graças!
Graças ao CEU!

Emílio Gusmão.

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